O
passe pode ser utilizado “para beneficiar Espíritos ou médiuns,
acalmando o ânimo, oferecendo energias, dispersando-as ou redistribuindo-as.” (Reuniões
Mediúnicas, Therezinha Oliveira, Editora Allan Kardec, copyright 1994, 9ª
edição, Andamento do diálogo, pág. 119)
O tipo certo de passe pode ser aplicado para encerrar uma comunicação que se estende
demasiado, ou que está a prejudicar sobremaneira o médium.
Passes dispersivos podem favorecer a interrupção do transe. (Conversando com os Espíritos,
Therezinha Oliveira, pág. 97)
Considerando
que a palavra passe é movimento rítmico, cada movimento impõe um outro de
complementação e equilíbrio, entremeado de pausa para mudar a direção.
Dispersão, pausa, assimilação ou doação, eis o passe em três etapas bem
caracterizadas.
(Estudo sobre o passe: o passe nas
reuniões mediúnicas, Federação Espírita Brasileira, ano 2004, p. 7).
Hermínio
Miranda menciona a aplicação do passe para tratar ambulatorialmente as mazelas
de comunicantes:
Citei, neste livro, o episódio do
pobre irmão que tinha um braço paralisado. Notei que durante o diálogo ele não movimentava
aquele membro. Por que seria? No momento que me pareceu oportuno, sem
precipitação, perguntei-lhe o que havia com o seu braço. Ele não quis
dizer. Ou, provavelmente, nem saberia
conscientemente a razão. Quando me propus a curá-lo por meio de passes, ele
recusou — sem muita convicção — dizendo que, se ficasse curado, seria apenas
para ter mais um braço para empunhar o chicote.
Mesmo assim, levantei-me, orei e dei-lhe passes ao longo do braço
imobilizado, e vi logo que ele reagia, sentindo o impacto dos fluídos que o
alcançavam. E, realmente, ficou bom, voltando a movimentar o braço. Só então,
ao que parece, foi possível liberar o seu mecanismo de censura, e ele se
lembrou da cena de um passado distante, quando sacrificou, a punhal, a esposa e
os filhos, que ele acreditava não fossem seus, pois achava que ela o havia
traído. Exposto o âmago do problema, seu drama resolveu-se. (Diálogo com as
Sombras, Hermínio Miranda)
Seguem
adiante os excertos de Allan Kardec colhidos em A Gênese e na Revista Espírita,
que nos permitem avaliar, na base doutrinária, como o passe procedido por encarnados na reunião
mediúnica e dirigido aos comunicantes necessitados surtirá seus efeitos.
1.
Os encarnados absorvem os fluidos espirituais do mesmo modo que os desencarnados
Sendo o perispírito dos encarnados de
natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade,
como uma esponja se embebe de um líquido. (A Gênese, cap. 14, item 18, Allan Kardec)
2.
A ação dos encarnados sobre os fluidos espirituais é idêntica à ação dos
desencarnados
O pensamento do encarnado atua sobre
os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a
Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os
fluidos ambientes. (A Gênese, cap. 14, item 18, Allan Kardec)
3.
As vias de transmissão dos fluidos no passe são o períspirito do doador e o
perispírito do receptor, e deste para seu corpo físico:
Como procede um magnetizador comum?
Suponhamos que queira agir sobre um braço, por exemplo: concentra sua ação
sobre esse membro, e por um simples movimento de seus dedos, executado à
distância e em todos os sentidos, agindo absolutamente como se o contato da mão
fosse real, ele dirige uma corrente fluídica sobre o ponto desejado. O Espírito
não age de outro modo; sua ação fluídica se transmite de perispírito a
perispírito, e deste para o corpo material. (Revista Espírita- Setembro 1865, Allan Kardec)
Nenhum comentário:
Postar um comentário